Cerca de 18,6 milhões de brasileiros sofrem com o transtorno, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)
A ansiedade já era uma realidade no Brasil muito antes da pandemia surgir. Para se ter uma ideia, somos o país com a maior taxa de indivíduos com transtornos de ansiedade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao menos 18,6 milhões de brasileiros, cerca de 9,3% da população, sofrem com a doença. Com a chegada do novo coronavírus, em março de 2020, vimos uma escalada dos sintomas relacionados à saúde mental.
Na época, uma pesquisa produzida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostrou que 81% dos entrevistados de todo o país apresentaram sintomas de ansiedade durante a pandemia. O isolamento social, o medo de ser infectado e as dificuldades financeiras que o período impôs foram algumas das causas.
Agora, quando a disseminação do vírus parecia estar diminuindo e a vacina chegaria a todos, houve um aumento expressivo nos casos. A “segunda onda”, como vem sendo chamada, traz de volta o receio de que esses sintomas se agravem ainda mais. “Reviver todo o sofrimento vivido tempo atrás pode, para muitas pessoas, desencadear episódios de ansiedade. Nesse contexto, além do medo de pegar a doença e da falta de contato com familiares e amigos, há ainda a preocupação com o dinheiro e o medo de perder o emprego”, pontua a psicóloga e professora da Estácio, Simony Faria.
Para a especialista, destaca ainda que a preocupação não deve ser apenas com a pandemia em seus efeitos de modo geral. “Momentos de tensão como esses costumam desencadear casos de ansiedade e até depressão. No caso de pacientes que já sofrem com o transtorno, os sintomas podem se agravar. Por isso, a luta não é apenas contra a COVID-19, mas também, para combater os seus efeitos na sociedade como todo”, afirma.
DICAS
Para combater ou minimizar os efeitos da ansiedade, confira dicas valiosas que podem ajudar a superar cada dia desta pandemia.
Autolimite o acesso a informações sobre a COVID-19
É importante controlar a quantidade de tempo que você passa consumindo notícias relacionadas a pandemia. Uma dica é separar horários específicos do seu dia para fazer isso, optando sempre por fontes confiáveis.
Identifique fake news e as evite
Outro cuidado muito importante é com as fake news. Busque informações sempre com base em veículos confiáveis e em fontes oficiais.
Use as redes sociais a seu favor
Em tempo de isolamento social, as redes sociais se tornam uma forma ainda mais importante de interação com amigos e familiares. Mas, é nelas também que circulam a maior parte das informações falsas. Então, aqui também vale a dica de selecionar o que você consome nas redes sociais: se tem algo te fazendo mal, silencie, deixe de seguir ou exclua.
Pare e se escute
Não é fácil. Lidar com a pressão de não poder sair e ter a rotina completamente alterada é demais para muitas pessoas e, em algum momento, o estresse vem à tona. Não se culpe por isso! Pare e se escute, escute a sua necessidade e tente se entender, sem julgamentos ou pressões.
Evite aglomeração
Para a diretora corporativa de infectologia do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca, entre as saídas para vencer esse novo cenário está a conscientização de cada cidadão. “As pessoas dizem já estar cansadas de falar sobre o coronavírus, de usar máscara e até manter o distanciamento social. O que é um erro! Não é o momento de relaxar os cuidados com esse vírus, mesmo aqueles que já tomaram a primeira tosse da vacina. Fique em casa, evite aglomerações, use sempre a máscara e não abra mão do álcool em gel. Assim, estará protegendo você e o outro”, alerta.
Com a aproximação do período de Carnaval, a especialista reforça: “Nosso Carnaval será em casa! A pandemia ainda não acabou, pelo contrário, a saúde vive um momento muito delicado no combate a COVID-19. Portanto, faça a sua parte. Evite viagens, bloquinhos ou qualquer tipo de aglomeração”, recomenda.
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