Atriz Bruna Marquezine revelou ter superado depressão com ajuda de Neymar e da família. Doença tem que ser combatida com afeto e educação.
Conhecida por muitos como o “mal do século”, a depressão não escolhe perfil específico e pode atingir pessoas de todas as idades e classes sociais. Entretanto, especialistas no assunto têm se debruçado sobre uma estatística preocupante: o grande, e crescente, número de jovens com a doença hoje no Brasil e no mundo. A constatação é possível com base em uma análise que muito tem relação com a depressão: a do número de suicídios na juventude. “Nem só a depressão pode levar alguém a cometer tirar a própria vida, mas a maioria dos casos de suicídio está associada à depressão”, garante Joelina Abreu, psicóloga do núcleo de Psicologia do Hapvida Saúde, em São Luís.
Esta semana, em pleno início do mês de setembro, dedicado à campanha de prevenção ao suicídio, uma das artistas mais badaladas do Brasil revelou ter sofrido com a doença recentemente e deixou fãs e amigos perplexos. A atriz Bruna Marquezine revelou publicamente que sentia emoções fortes, intensas, inquietações, constantes baixas de humor e o namorado dela, Neymar Junior, foi um dos primeiros a suspeitar que algo estava errado com Bruna.
Ao fazer esse desabafo, já compartilhado milhares de vezes nas redes sociais, Bruna Marquezine mencionou que espera incentivar as famílias a prestarem mais atenção aos sinais da depressão nos filhos; e que quer alertar os jovens para que não ignorem os próprios sentimentos e acabem entrando em níveis mais profundos da doença. Alguns fãs, nas redes sociais, perguntaram-se por que razão a jovem, com qualidades como o talento e a beleza, além das possibilidades financeiras, acabou entrando em depressão. A resposta é simples: “independentemente do que possuem, as pessoas podem se sentir pressionadas por quaisquer situações – trabalho, família, escola, relacionamento amoroso – que causem stress, preocupação ou angústia. É preciso aprimorar sempre o equilíbrio mental e psicológico”, revela a especialista do Hapvida.
Cenário
Dados do Mapa da Violência 2017 mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 - um aumento de quase 10%. O estudo é publicado anualmente a partir de números oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Recentemente, a OMS – Organização Mundial da Saúde estimou que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Em dez anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. E esse total, que representa cerca de 5% da população mundial, só deve aumentar com o tempo, fazendo com que a doença se torne a segunda maior preocupação em termos de saúde pública no planeta. A estimativa é de que 5,8% da população brasileira sofre de depressão, ou seja, um total de 11,5 milhões de pessoas no país que, ainda de acordo com a OMS, entre os países da América Latina, é o que possui maior número de pessoas em depressão.
Em geral, adolescentes que sofrem com a depressão podem demorar a perceber que estão doentes, mas o mais grave é quando a família também demora a se dar conta do problema, já que essa fase da vida é permeada de questionamentos e comportamentos que podem se confundir com os sinais da doença. É nessa etapa da vida que muitas pessoas projetam o futuro e as expectativas para o que vão viver. “O ideal é que o paciente primeiro desabafe com a família e, juntos, procurem um profissional. Nos casos em que o jovem não comenta que está passando por isso, é importante que pessoas próximas notem o comportamento”, alerta a psicóloga Joelina.
Foco
Joelina Abreu acredita que o problema tem como ser combatido, mas, para isso, é fundamental haver suporte familiar, afinal, existem várias opções de tratamento. “O tratamento na adolescência também é feito com medicamentos antidepressivos prescritos por um médico. Mas é indispensável a realização de psicoterapia, pois ajuda o jovem a explorar sentimentos ou acontecimentos que são dolorosos e precisam ser resolvidos”, explica.
A etapa da vida que liga a infância à fase adulta gera cobranças, muitas vezes, precoces. Problemas familiares, como falta de atenção e carinho, conflitos com colegas de escola, sentimentos negativos de rejeição ou necessidade de sucesso em busca de autoafirmação podem ser outras causas para o surgimento de depressão na adolescência.
Porém, algo tem sido bastante evidente nos relatos em sessões de psicoterapia: a incapacidade de muitos jovens da atualidade lidarem com frustrações. “A geração atual recebeu muitas das conquistas sem tantos esforços e, por isso, tende a fraquejar mais facilmente diante de um obstáculo, aparentemente, intransponível”, lembra a psicóloga Joelina.
Apoio
Em São Luís, a rede Hapvida Saúde conta com um núcleo de Psicologia composto por profissionais qualificados para atender aos beneficiários da operadora. O núcleo funciona de segunda a sábado, das 8h às 17h, na Hapclínica Távola. As marcações de consultas podem ser feitas por agendamento no aplicativo parasmartphone e tablet, no site, ou nos terminais de atendimento instalados nas unidades do Hapvida. Na capital maranhense, o Hapvida tem um hospital, três clínicas e centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial (Vida&Imagem).
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