Mudo, surdinho, mudinho ou surdo-mudo são muitos os nomes atribuídos as pessoas surdas. Segundo dados do IBGE, 16,7% da população brasileira é composta por deficientes auditivos que encontram diversos obstáculos para acessarem alguns direitos como a comunicação e o trabalho.
Para a comunicação existe a Língua Brasileira de Sinaia (LIBRAS), reconhecida desde 2002. Já para o acesso justo ao mercado de trabalho, foi citada a Lei de Cotas. De acordo com coordenadora do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Estácio São Luís, Hilza Paixão, caso a lei não seja cumprida as empresas estão sujeitas a multas, que podem ser recebidas por falta de adaptação no espaço físico, número de funcionários abaixo do estipulado, inacessibilidade nos canais de comunicação e até mesmo questões comportamentais.
A Lei prevê que grandes empresas tenham um número mínimo de colaboradores com deficiência nos seus quadros – de 2% a 5% do número total de funcionários. No entanto, o que acontece na prática, é que poucas empresas realmente seguem a lei de forma correta.
Algumas organizações dão um ‘jeitinho’ de cumprir a lei sem se preocupar com o desenvolvimento dos funcionários e evitam contratar pessoas com deficiências especificas. É nessa procura que os surdos deixam de ser contratados, já que isso exigiria um esforço maior das empresas por terem a LIBRAS como primeira língua, em vez do português.
Para o Grupo Mateus, a Lei de cotas não é vista como uma obrigação, e sim como uma oportunidade de construir um ambiente mais diverso e inclusivo. O Grupo já conta com 197 colaboradores surdos no Maranhão e no Pará.
Além de proporcionar acesso justo ao mercado de trabalho, o Grupo Mateus investe na formação em LIBRAS dos colaboradores ouvintes - pessoa sem deficiência auditiva. Em São Luís o curso de formação básica em LIBRAS já está na quarta turma e em Imperatriz uma turma de gerentes e colaboradores também foi formada. Já no estado do Pará, a primeira turma começou a dar seus primeiros passos.
Assim como os colaboradores ouvintes, os surdos também passam por treinamentos de qualificação e preparado dentro do grupo. Os treinamentos, feitos dentro da NIDUU — startup de treinamento corporativo através do uso da gameficação — são os mesmos aplicados aos ouvintes, mas com uma única diferença: a legenda. Além disso, para garantir treinamentos ainda mais eficazes, interpretações em LIBRAS serão inseridas no aplicativo, facilitando a compreensão do surdo.
A proposta da pauta é mostrar a importância da inclusão da comunidade surda no mercado de trabalho e mostrar que devem ser lembrados e respeitados. Além disso, a matéria dá visibilidade à comunidade surda que só no Brasil representa 16,7% da população.
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