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Suplementos alimentares são utilizados em quase 60% dos lares brasileiros

Consumo pode ser perigoso sem acompanhamento médico;  há suplementos apropriados para cada necessidade



Indicado para atletas e pessoas que praticam exercícios físicos, os suplementos alimentares ocupam as prateleiras de lojas especializadas e as despensas de quem busca o ganho de massa magra e um corpo saudável. O estudo mais recente publicado pela FMI (Future Market Insights) sobre a venda dos produtos, apontou que ela deve ultrapassar a cifra de US$ 252 bilhões (R$ 1,25 trilhão) em 2025 em todo o mercado mundial. No Brasil, um estudo de mercado realizado pela ABIAD (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres) apontou que o consumo de suplementos alimentares se faz presente na dieta de pelo menos uma pessoa em 59% das famílias. O relatório, com dados de 2020, mostrou um aumento de 10% neste consumo comparado a 2015, quando foi realizada a primeira edição da pesquisa; e detectou um aumento de 48% no consumo de suplementos alimentares.


A nutricionista pós-graduada em Nutrição Esportiva, Marcella Tamiozzo, explica que os suplementos são produtos que têm a finalidade de oferecer calorias, nutrientes (como proteínas, carboidratos, fibras, cálcio, gorduras, minerais, vitaminas, aminoácidos), substâncias bioativas (como cafeína, creatina, fitoestrógenos, flavonoides) e enzimas ou probióticos, podendo ser utilizados de forma isolada ou combinada. Mas será que a suplementação é indicada para qualquer pessoa?


“Os suplementos alimentares são recomendados para complementar a dieta de pessoas cujas necessidades nutricionais não são atendidas adequadamente pelo seu plano alimentar. Ou seja, são indicados em situações especiais em que a pessoa não consegue ingerir os nutrientes necessários ou quando o corpo não consegue absorver essas substâncias. Há uma variedade de formulações voltadas para diferentes públicos, desde crianças até idosos. A escolha do suplemento apropriado depende das necessidades específicas de cada caso”, analisa.


O doutor em Educação Física, Sandro Ribeiro, concorda e aponta que a suplementação deve ser considerada apenas quando há uma deficiência diagnosticada, evitando o risco de toxicidade, excesso de nutrientes, ou desequilíbrio nutricional. Por isso é essencial o acompanhamento médico antes de se iniciar qualquer suplementação. Ele chama a atenção para a necessidade de diferenciar atividade física de exercício, que é uma subcategoria da atividade física.


“A prática regular de atividade física é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma das principais estratégias para a promoção da saúde e qualquer movimento corporal produzido pelos músculos estão incluídas, por exemplo, as atividades físicas praticadas durante o trabalho, durante jogos, execução de tarefas domésticas, viagem, atividade de lazer. Já o exercício físico é uma atividade planejada, estruturada, repetida, com o objetivo de melhorar ou manter um ou mais componentes do condicionamento físico”, frisa.


O docente do curso de Educação Física da Estácio afirma que, para a atividade física não é recomendado nenhum tipo de suplementação, já que ela vem para atender alguma deficiência que precisará ser diagnosticada. “Se a pessoa se alimenta bem, ela não vai precisar de suplementação para fazer as atividades corriqueiras do dia a dia. Já para o exercício físico, há uma grande onda, até perigosa, de suplementação em andamento no Brasil e no mundo. Na maioria das vezes, não é necessária suplementação para o exercício físico, buscando melhoria de condicionamento físico”, adverte.


Marcella Tamiozzo, que é professora do curso de Nutrição da Estácio, explica que a escolha do suplemento apropriado depende das necessidades específicas de cada caso.


“Como o próprio nome sugere, ela destina-se a complementar a alimentação e não a substituí-la. Substituir refeições por suplementos pode levar à monotonia na dieta, causando deficiências nutricionais dos itens que o suplemento não fornece. Todos podem utilizar esses suplementos de forma supervisionada, pois existem doses recomendadas de acordo com a faixa etária e necessidade específica de cada um”, avalia.


A nutricionista reforça que ingerir suplementos alimentares sem orientação médica pode não ser uma escolha vantajosa, especialmente se não houver uma razão clara para essa decisão.


“As necessidades nutricionais variam de pessoa para pessoa, levando em conta a dieta, os objetivos da prática esportiva, o volume e a intensidade do treino, entre outros fatores. Não significa que um suplemento que um colega de academia esteja usando seja adequado para você também. Antes de adotar qualquer suplemento, é essencial buscar aconselhamento de um nutricionista para adaptar sua alimentação à rotina de exercícios e, se necessário, determinar quais suplementos são apropriados”, recomenda.

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