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DPE/MA e Adpema ampliam debate sobre racismo e machismo nos espaços de poder




Com o tema “Mulheres negras, latino-americanas e indígenas nos espaços de poder”, a Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA), em parceria com Associação das Defensoras e dos Defensores Públicos do Estado do Maranhão (Adpema), realizou roda de conversa, na última sexta-feira (26), no auditório do edifício-sede, em São Luís.


O encontro fez alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela, importante liderança quilombola do século 18, lembrados dia 25 de julho, e contou ainda com o apoio da Escola Superior e a Ouvidoria da DPE/MA.


“É um momento de celebração e de reconhecer as lutas e as conquistas das mulheres negras, latino-americanas e indígenas no país. Uma oportunidade de destacar o papel fundamental destas mulheres no combate ao racismo e ao sexismo. Ampliamos o debate sobre representatividade e enfrentamento a todas as formas de discriminação. Neste ‘Julho das Pretas’, unimos forças para dar visibilidade ao tema, às vozes femininas e à garantia de direitos”, afirma a diretora da Escola Superior da DPE/MA, a defensora pública Elainne Barros.


De acordo com os dados do Censo 2022, apesar dos percentuais expressivos de mulheres negras e indígenas na formação da população brasileira, ocupando de forma majoritária a base da pirâmide social do país, tais proporções não são verificadas nos espaços de poder das instituições públicas e privadas. É sabido que o racismo e a discriminação de gênero operam diretamente no menor nível de escolaridade das mulheres negras e indígenas, fato que contribui para a pior inserção no mercado de trabalho em relação a homens e mulheres brancas.


“A roda de conversa foi de extrema relevância para que possamos tentar quebrar barreiras, visíveis e invisíveis, que nós sofremos ao tentar ocupar espaços de gestão. Nós, mulheres, somos a maioria, contudo, ainda estamos bem longe de conseguir cargos de liderança. Em razão disso, abordamos esse tema, trazendo diversas situações do nosso cotidiano, motivos que reforçam a necessidade de tornar equitativa a presença feminina nesses lugares”, garante a presidente em exercício da Adpema, Claudia Isabele Damous.


Da roda de conversa, participaram a professora de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Carla Serrão, mediadora da mesa de trabalhos; a defensora pública Ana Heloíza de Aquino, que também faz parte da Diretoria de Igualdade Racial da Adpema; a juíza de Direito Adriana Chaves; a promotora de Justiça Samira Mercês dos Santos; a secretária adjunta de Direitos Humanos e Participação Popular, Amanda Costa; a Ialorixá que coordena o Coletivo Dan Èjì, Jô Brandão; a pastora e estudante de Pedagogia, Patrícia Ferreira e a atriz Júlia Martins.


No hall de entrada da instituição, com o apoio do Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), uma exposição levou o nome da primeira romancista brasileira, “Maria Firmina dos Reis: 200 anos inspirando humanidades”. O encontro recebeu a escritora Goreth Pereira, que recitou um cordel sobre a revolucionária abolicionista.


“Eu acho muito importante a realização destes eventos, mais ainda quando acontecem nestes espaços públicos, onde a gente sabe que a mulher negra quase não tem chances de mostrar o seu talento. Eu sou prova de que quando há oportunidade, a mulher se destaca. Hoje recitei aqui no evento da DPE/MA o cordel ‘Maria Firmina dos Reis, uma mulher de atitude’, e pude contar um pouco sobre a minha história de superação e força de vontade. Acho, também, que eventos dessa natureza precisam acontecer com maior periodicidade, uma vez que o tema é sempre urgente”, lembra a cordelista Goreth Pereira.

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