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Como falar sobre tragédias com as crianças?

Confira dicas de especialistas para abordar temas difíceis



Passar por momentos difíceis, enfrentar crises humanitárias, climáticas ou tragédias de qualquer tipo nunca é algo simples de lidar quando se é adulto, mas pode ser ainda mais delicado quando se é apenas uma criança. Quando você menos espera, chegam aquelas dúvidas dos pequenos sobre aquelas imagens difíceis que apareceram no noticiário do dia. E agora? Tapar os ouvidos e assoviar fingindo não ter escutado para fugir de explicações é uma tentação para os pais, mas também uma cilada que se deve evitar.


Leituras, marionetes, jogos ou teatralização, além da linguagem que costuma ser usada no dia a dia com a criança, são estratégias muito úteis na hora de contar sobre algum momento difícil que os pequenos questionam ou precisam saber. “As crianças, assim como os adultos, precisam de espaço e tempo para processar a dor. Isso significa dar a eles liberdade para chorar, perguntar e ser informado com clareza sobre o evento”, aponta o psicólogo e professor do curso de Psicologia do Centro Universitário Estácio São Luís, Eudes Alencar. 


Acolhimento é a palavra-chave que vai guiar o momento de conversas entre pais e filhos, conforme explica o especialista. A conversa deve substituir alguns erros que são comuns diante da surpresa de ouvir, das boquinhas curiosas, perguntas sobre temas tão sérios. “Tentar enganar a criança é uma grande falha, pois os pais acreditam que ela não tem capacidade de compreender ou lidar com o problema e isso não é verdade. A questão é considerar a forma como o evento traumático é explicado. Não precisa suprimir, mentir. Uma ótima maneira de fazer isso é contando uma história para a criança”, afirma o professor. 


Bloquear, criticar ou ignorar as perguntas que surgem diante de um problema não deve ser uma opção, mesmo que nem todo mundo tenha jogo de cintura para contar sobre assuntos complexos. “⁠O problema não está na pergunta, mas como os adultos reagem a ela. Talvez você não saiba como responder, então, seja sincero. Explique que é difícil pra você também. E se souber responder, seja honesto e fale numa linguagem que a criança entenda”, finaliza Eudes, apontando que pedir feedbacks dos pequenos também ajuda a saber se você está indo bem. 


Confira abaixo cinco dicas na hora de conversar sobre um assunto delicado com a criança: 


  1. Utilize uma linguagem simples e adequada à idade: Use uma linguagem simples e adequada à idade: Explique o que aconteceu de forma clara e direta, sem entrar em detalhes gráficos ou assustadores, buscando sempre usar palavras que a criança possa entender. 

  2. Seja honesto, mas também mantenha a calma. É importante dizer a verdade, mas faça isso de maneira tranquila. As crianças percebem as emoções dos adultos.

  3. Esteja aberto para perguntas: Permita que a criança faça perguntas e responda da melhor forma possível. Se não souber a resposta, seja sincero e diga que vocês podem tentar descobrir juntos.

  4. Valide os sentimentos da criança: Diga que é normal que ela se sinta triste, confusa ou com medo. Ajude-a a expressar o que está sentindo e mostre que você está ali para apoiá-la.

  5. Enfatize que ela está segura: Reforce que você e outros adultos estão fazendo tudo o que podem para garantir a segurança dela. Falar sobre as medidas de segurança pode ajudar a criança a sentir-se mais protegida e tranquila.




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