Combater a violência no ambiente escolar depende, sobretudo, de educação! Fazer piadas ofensivas, criar apelidos desagradáveis para os colegas e até agredir fisicamente são atitudes que devem ser desconstruídas diariamente nas escolas. Atualmente, o Brasil possui um dos maiores índices de violência escolar e de acordo com o IBGE, 40% dos estudantes adolescentes admitiram ter sofrido bullying, prática violenta tanto física quanto psicológica.
Vale lembrar, ainda, um levantamento do mesmo instituto com registros de que 1 a cada 5 estudantes de 13 a 17 anos no Maranhão já sofreu violência escolar. No ranking de motivos estão a aparência do corpo, de rosto e cor da pele. Para enfrentar esse problema, o diálogo tem sido uma importante ferramenta para cultivar a cultura de paz, bem como o diálogo entre diferentes gerações de estudantes. Foi o que aconteceu entre os jovens do Ensino Médio da Unidade Integrada Renascença e os do curso de Direito do Centro Universitário Estácio São Luís. A atividade é parte do projeto de extensão “Como Agir”, realizado pela Estácio.
A iniciativa teve o objetivo de apresentar aos adolescentes trabalhos acadêmicos voltados à informação sobre violência escolar, com exemplos práticos de que tipos de atitudes agressivas devem ser observadas e denunciadas, esclarecimentos sobre o que é bullying e como identificá-lo, além de destacar o contexto de ataques de alunos e ex-alunos registrados em algumas escolas brasileiras.
Para a professora do curso de Direito e responsável pelo projeto de extensão, Laryssa Queiroz, a oportunidade agrega conhecimento tanto para os acadêmicos, que podem unir a teoria à prática, quanto para os jovens estudantes, que podem absorver experiências novas e aprender sobre o tema. “Estimulamos os graduandos a criar materiais audiovisuais com a temática de cultura de paz na escola. Apresentamos vídeos, podcasts sobre comunicação não violenta, falamos sobre a mediação de conflitos no ambiente escolar e sobre os diferentes tipos de bullying”, afirma.
No encontro, um dos grupos do curso aplicou também um questionário em que os alunos da escola puderam indicar quais tipos de bullying consideram já ter sofrido e quais mecanismos são considerados importantes para evitar essa conduta. Para o estudante do quarto ano de Direito, Ricardo Bonfim, 34, a iniciativa dá luz a uma realidade comum e grave, ainda presente em diversas escolas. “Infelizmente, notamos que existe muita agressividade nos comportamentos de alguns alunos hoje em dia. É preciso dialogar, levar informação e conscientizar desde pequenos para que essa realidade acabe”, explica.
Segundo a gestora adjunta da escola, Maria Aparecida Coutinho, compartilhar vivências e receber a contribuição dos universitários estimula ainda mais os alunos. “É um momento riquíssimo de troca, em que podemos mostrar aos nossos alunos como é a vivência também além do ensino médio, seguindo para uma graduação, além de esclarecer ainda mais sobre a cultura de paz, que também reforçamos todos os dias. Foi uma oportunidade prazerosa para aprender com metodologias diferentes e muita interação. Só temos a agradecer por essa ação”, finaliza.
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